Interior

Disputa por liderança causa conflito com feridos em retomada indígena no distrito de Taunay

Desde segunda-feira (15), conflitos estão ocorrendo em várias terras indígenas de Mato Grosso do Sul. Em Aquidauana, uma disputa por liderança na ‘Aldeia Retomada Esperança’, no distrito de Taunay, mobilizou equipes policiais e resultou em feridos.

A Aldeia Retomada Esperança, retomada pelos povos originários em 2013 e localizada no distrito de Taunay, ainda aguarda homologação oficial. Segundo a Funai, os estudos de identificação e delimitação da área já foram aprovados, aguardando apenas a portaria demarcatória.

A reportagem do Jornal Midiamax apurou que o atual cacique, Mauro Paes, estaria insatisfeito com a tentativa de outro indígena, João Firmino, de dividir a propriedade em duas aldeias. Essa ação foi interpretada como uma provocação à liderança tribal. Firmino, morador da Aldeia Ipegue, está na Retomada desde março de 2024 e levou seu gado para o local, causando descontentamento.

No domingo (14), houve uma reunião entre líderes e moradores sobre a demarcação da ‘Área de Retomada Esperança’, com a presença do coordenador da Funai em Mato Grosso do Sul, Elvisclei Polidório. Durante a reunião, o cacique Mauro denunciou as ações de João Firmino, acusando-o de tentar dividir as terras para obter vantagens financeiras. As lideranças decidiram que João, que também é pastor, deveria se retirar da aldeia com seus bens, incluindo o gado. Outra indígena também foi convidada a se retirar por concordar com João e causar desordem na comunidade.

Na terça-feira (15), a tentativa de remover João Firmino e seu gado resultou em um conflito. O filho do cacique Mauro Paes foi agredido com um porrete, possivelmente fraturando um dos braços, e outro indígena sofreu lesão no joelho. Ambos foram levados ao pronto-socorro do Hospital de Aquidauana.

A Polícia Militar está no local tentando mediar a situação. O tenente-coronel Carlos Magno, comandante do 7º Batalhão de Polícia Militar, enviou uma equipe para garantir que as lideranças indígenas conduzam a situação sem violência. A identificação dos agressores está sendo apurada para que sejam levados à Delegacia de Aquidauana.

 Situação geral

Além de Mato Grosso do Sul, estados como Paraná e Rio Grande do Sul também registraram ataques a indígenas nos últimos dias, em uma onda crescente de violência. No Mato Grosso do Sul, confrontos ocorreram em Caarapó, Douradina e Dourados. Conforme o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), ataques também foram registrados contra as comunidades Pekuruty (RS), Guarani e Kaiowá da aldeia Kunumi Vera (Dourados) e Avá-Guarani da aldeia Tatury (Paraná), entre outros incidentes.

Esses confrontos ressaltam a urgência de soluções pacíficas e respeitosas para as disputas territoriais indígenas em diversas regiões do país.

*Jornal A Princesinha News 

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